A morte em circunstâncias violentas de Edilson
Morais Brito e de Mateus Portela ocorrida no final desse mês de novembro deve
abrir nos meios empresariais de Parnaíba, especialmente no meio de turismo,
questionamentos do tipo, para onde devem caminhar a partir de agora as
manifestações sobre investimentos públicos e privados em se tratando de
assegurar neste setor aquela reserva de atividade que garantiria a médio e
longo prazo a estabilidade econômica desta região do Piauí.
Estes empresários eram dentro da atividade do
turismo receptivo em Parnaíba os dois maiores e melhor estruturados e,
acrescente-se a isso, com mais tempo e experiência no mercado. Os outros, bem
menores, ainda devem levar muito e muito tempo para absorver todas as lições e
as oscilações da economia e da conjuntura política nacional e internacional
para, com o tempo terem condições de caminharem com suas próprias pernas.
Portanto esta ocorrência quebra um tijolo estratégico no muro da atual economia
parnaibana.
O guindaste do Porto das Barcas em Parnaíba (PI) |
A atividade turística e as estruturas aqui
encontradas estavam de certa forma se formatando, para usar uma expressão
destes dias de mundo virtual. Havia uma ainda demorada adequação de todos os
equipamentos para que esta atividade pudesse logo ser melhor lucrativa e
mostrasse que é possível uma atividade tão remota aqui dar frutos e dos bons
numa região econômica e geograficamente ainda inexplorada. Estávamos caminhando
para chegar a um grande porto e de onde depois alcançaríamos melhores
expectativas de negócios e investimentos de outras terras e outros capitais.
O velho guindaste do Porto das Barcas ainda resiste ao tempo |
Não deu ainda dessa vez. Ainda vai levar muito
tempo para que se reestruture a máquina que se estava criando. Ainda vai levar
muito tempo para que outra geração de empresários retome e refaça toda essa
atividade interrompida. Não é tarefa de se achar assim do dia para noite que
esteja pronta. Serão anos e mais anos trabalhando e utilizando todos os canais
possíveis e imagináveis para que um dia, talvez não assim tão distante esta
atividade turística volte a ser atraente.
Mas devemos lembrar que os motivos sejam lá quais
tenham sido não devem inibir iniciativas ousadas que possam neste momento estar
se desenhando. As políticas de governo devem antes de tudo ser convidativas e
atraentes a ponto de dentro em breve ter superado deste infausto acontecido.
Devemos lembrar que embora se acredite que há um ou
tantos problemas a serem solucionados nada justifica os gestos de revolta ou
que às vezes nos fogem da racionalidade. Devemos ajudar a todos que estão neste
momento ansiosos para voltar a ter esperanças. Que o Natal seja um momento de
uma profunda reflexão sobre a esperança que está chegando. E que o Ano Novo
seja o início de novos caminhos, mais seguros e mais fraternos.
Artigo de autoria de Antônio de Pádua
Fotos: Edilson Morais Brito
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