Existe uma quase obsessão no sexo: vaginas apertadas. As mulheres sentem-se impelidas, desde o começo dos tempos, a fazer algo que mantenha a resistência da vagina a entrada do pênis. Falando assim parece absurdo – e é -, mas acontece até hoje.
A ideia de que a mulher é virgem e, por isso, existe essa resistência, ainda circula entre todas as classes sociais, etnias e religiões. E parece ser ignorado que o corpo da mulher se lubrifica para que a vagina não cause resistência, para que não doa e que não machuque. Muitas pessoas parecem buscar o contrário.
Há muitos anos, muitos mesmo, mulheres já tentavam ficar “mais apertadas” porque isso era valorizar a experiência. Para isso elas usavam pó de pedra hume ou a própria pedra na vagina. A vagina ficava ressecada, tão ressecada que algumas vezes apresentava queimaduras. E a mulher fazia sexo ainda assim. Ela sentia prazer? Não, apenas dor. Isso acontece até hoje.
Ainda hoje há mulheres que usam a pedra hume e seus efeitos que normalmente são indesejados (quando não foram buscados). Ter a vagina seca é uma reclamação constante das mulheres que não conseguem ter prazer no sexo. Não chega a ser engraçada essa inversão?
Para piorar, essa “técnica” duvidosa muda o PH, deixa a mulher machucada e abre uma porta para infecções. “Já atendi mulheres que tinham corrimento, escaras e feridas. Depois de muito tempo de tratamento elas acabavam contando: ‘costumo usar pedra hume porque meu marido diz que eu fico mais apertada’”, conta a ginecologista Albertina Duarte.
Hoje existem produtos, a venda em sexshops, que prometem o mesmo efeito, mas sem a parte negativa. Essa ideia vai além de dar mais prazer ao outro, é abrir mão do seu próprio e sentir do no lugar de ter um bom momento.
Técnicas como o pompoarismo estão cada vez mais difundidas, com tutoriais na internet e maneiras de exercitar a musculatura vaginal e aumentar seu controle sobre ela. Aí sim pensando no seu próprio prazer e não abrindo mão dele. “Buscar o prazer é superimportante, mas é preciso que a mulher não se violente para esse tipo de situação”, finaliza a médica.
Fonte: Preliminares/ Carol Patrocínio
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