A atual gestão distribui “espelhos” a uma cidade doente,
desamparada e insegura.
Com um governo medíocre a equipe do prefeito Florentino
Neto (PT) completa a metade do seu tempo sem nenhuma obra estruturante ou mesmo
que mude o perfil indigente ou que se atreva a acompanhar o momento econômico
atual, patrocinado pela iniciativa privada que tem apostado na cidade.
Engraçado que os atuais avanços na economia local são divulgados
como feito das últimas gestões que esse povo comanda. Nisso eles são bons.
Apropriam-se também das obras realizadas pelo governo do estado e federal. O
mérito estaria em aplicar corretamente os recursos e num tempo razoável, mas
não.
Nem mesmo a capacidade técnica-operacional de aplicar os
recursos oriundos de transferências federais com celeridade e correção é levada
a sério. O matadouro ainda é a obra mais emblemática. Outros exemplos de
desleixo sobram nas estatísticas: 900 melhorias sanitárias para o bairro São
Vicente de Paula, sistema de drenagem das ruas Oeste, Carpina e Anhanguera
(Piscinão), Unidades de Pronto Atendimento, Ginásios Poliesportivos, Academias
Populares... projetos de emendas do Orçamento da
União que estão a passos lentos ou mesmo paralisados.
O fato é que pouco ou quase nada é realizado com recursos
próprios, apesar do generoso orçamento municipal para o exercício de
2014, anunciado em R$ 325 milhões. Sobre o orçamento, um fato curioso, anualmente
assistimos ao show que eles intitularam de “orçamento participativo” onde
convocam a sociedade para “definir” como aplicar os recursos públicos. A farsa
já começa no volume que se “planeja”, cerca de 1% do total, porém o pior é que
mesmo esse valor não é levado a sério. Não há estudo sobre o montante do que é
definido pela sociedade e se de fato a obra é realizada, mas basta ver ano a
ano a maioria dos reclames da sociedade se repetirem. Ou seja, o que o povo define
não é respeitado!
As
prioridades de um governo devem seguir as demandas percebidas pela comunidade e
não o olhar competente do gestor que sabe decidir o que é melhor para o seu
povo. Sem o estabelecimento de prioridades vai-se atuando nas ações periféricas
e que pouco influencia na vida das pessoas.
A foto do quebra-cabeça de uma Parnaíba planejada para o
futuro, ofertando aos seus habitantes uma vida digna parece que não foi tirada.
Ou se foi, os pedaços dele não estão sendo juntados corretamente. Esse governo
fala muito em “planejamento”, mas o que se propaga não é norteador de uma
administração que diz representar a mudança de mentalidade política. Ou seja,
falhou naquilo que se propusera: ser a renovação do pensamento autoritário,
personalista, corrupto e defensor de um projeto meramente voltado às ambições e
desejos individuais do seu mandatário, como se via no passado. Qual é mesmo a
diferença deste para outros governos que criticou ou critica? Elis
Regina escreveu e vale para o caso em questão: “O
que há algum tempo era novo, jovem, hoje é antigo e precisamos todos
rejuvenescer”.
O
que é que ocorre quando não se faz o que se tem que fazer, lamentavelmente é o
que temos aqui. Tudo é necessário: desde tapar buraco, limpar a cidade,
combater a dengue, acabar com a ocupação irregular, melhorar a educação,
organizar o trânsito, tratar da segurança pública, reorganizar a saúde, etecetera.
Seria louvável e digno de comemoração caso a atuação municipal se desse nesse
nível.
Quando se substitui um governo ruim qualquer obra, por mais
insignificante que seja, termina ganhando um valor inestimável. É o caso. Após
sucessivos governos também medíocres retirar indigentes ocupantes de uma praça
aparece como grande feito. Ou pavimentar um calçadão... tacanho pensamento.
Outro problema percebido é a incapacidade de cuidar dos
espaços públicos de forma eficiente. O Prefeito prometera dar atenção especial
às nossas praças e jardins. O grande feito foi a criação de uma
Superintendência de nome pomposo com este objetivo, porém não se vê os
resultados anunciados. Tem-se afinal uma tímida ação em poucas praças que não
justifica o volume gasto, nem a promessa feita.
Pior ocorre com a nossa juventude que está jogada à própria
sorte! Os que podem frequentam o shopping, vão à praia, estão nas baladas da boate
ou dos clubes de festas, enfim têm opções de lazer. E quem não tem? Você
arrisca me dizer qual é a diversão dos jovens da periferia de Parnaíba?
A grande maioria dos nossos jovens esta hora está
perambulando pelas ruas, sem rumo, sem oportunidade, sem amparo, sem segurança,
sem lazer, sem nada. A periferia é o retrato do descaso...
A droga e a prostituição são armadilhas bem próximas. Qual
é a ação efetiva de amparar os que nelas já caíram? E, mais importante, qual a
estratégia de ação para não permitir que se percam mais vidas?
Vou deixar aqui uma sugestão ao prefeito: convoque os que elaboraram o
seu plano de governo ou consulte de onde copiaram as ideias para que sejam
trabalhadas como pano de fundo da gestão. Extraindo-se propostas de políticas
públicas que venha ao encontro com os anseios e necessidades da sociedade, fato
ainda não alcançado nestes quase 24 meses de mandato, somado à experiência de
Vossa Excelência de 48 meses como vice-prefeito e quase o mesmo período como
Chefe de Gabinete na gestão 2005-2008. Fica a dica!
(*) Fernando Gomes, sociólogo, eleitor, cidadão e contribuinte
parnaibano.