A luta contra a recuperação da Lagoa do Portinho continua em Parnaíba. Após enfrentar uma grande seca, o Ministério Público com o comando do promotor Antenor Filgueiras, titular da 1º promotoria de justiça de Parnaíba determinou uma investigação mais profunda nos locais onde existia a suspeita de concentrarem e desviarem as águas da Lagoa.
Nas diligências até os locais foram
encaminhados profissionais do Ibama, vereadores, as polícias Civil e
Militar e um professor da Universidade Federal especialista no assunto.
Nesta quinta-feira (07/05), o professor Valdecir Galvão, que estuda há
muito tempo a situação relatou em um laudo técnico comprovando que o
que impede o curso das águas da Lagoa são realmente duas barragens.
“Ali está evidenciado que é uma barragem, eu já sabia disso
porque já estava fazendo o monitoramento antes de eu entrar no terreno. Não
passou uma gota de água até o dia que aquilo foi aberto. Eu tenho tudo
notificado, tudo detalhado, foi um trabalho cientifico, sério, diferente do que
a equipe do secretário vem fazendo, não souberam medir a capacidade que a lagoa
tem hoje, a lagoa não está com 70% e sim com 24% e já está secando. No site do
Semar eles não souberam nem identificar que tipo de lagoa ela é, disseram que
ela é interdunar, lagoa interdunar é do tipo da lagoa dos lençóis maranhenses,
ela tem uma geomorfologia totalmente diferente, ela recebe água do subsolo, se
move conforme as dunas se movem, ela é uma lagoa conectada. O secretário
afirmou que a barragem não afeta em nada o abastecimento da lagoa, ali é uma
bacia, ela recebe tanto água da chuva como da nascente, é o principal canal da
lagoa, como aquilo não atinge a lagoa? E não tem uma barragem, tem duas”,
afirmou.
O professor foi enfático e determinou um período para a seca
total da Lagoa. “A previsão é que entre outubro e dezembro aquela lagoa seca, a
quantidade de água já está diminuindo, acredito que demora de 3 a 4 anos para
lagoa voltar a sua quantidade normal de água se derrubarem a barragem”, disse o
professor.
O promotor Antenor
Filgueiras, responsável pela investigação do caso, afirmou que as diligências
ainda estão sendo feitas. “Vamos continuar fazendo o que estamos fazendo com
muita cautela sabendo que estamos tratando com órgãos do estado e particulares,
mas tudo que o professor colocou no seu documento demonstra aquilo que já
vínhamos pensando, esse inverno de 2015 nós ja perdemos, acredito também que a
lagoa deva secar entre novembro e dezembro e nós vamos tomar providências para
que toda a água destinada a lagoa volte a partir do inverno de 2016. Neste
momento nenhum órgão e pessoa privada me encaminhou qualquer documento que
justifique a construção daquelas barragens. Nós ja colocamos para todos os entes
fiscalizadores no sentido que nos encaminhe, os prazos ja se encerraram e nada
foi encaminhado. Eu sempre trabalho guardando o sigilo da investigação, e não
vamos comentar o nome de nenhum proprietário das barragens”, declarou ele. (Fonte: Meionorte.com)
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