O
professor e pesquisador de Turismo e Meio Ambiente da Universidade Federal do
Piauí (Ufpi), Valdeci Galvão, acaba de entregar ao Ministério Público do Piauí -
comarca de Parnaíba, uma pesquisa científica sobre a seca da Lagoa do Portinho.
De
acordo com o levantamento feito pelo pesquisador, a lagoa possui entre 24 a 27%
do seu volume de água, contrapondo os dados divulgados pelo secretário de Meio
Ambiente do Estado, Ziza Carvalho, que afirmou recentemente a uma emissora de
TV de Teresina que lago já atingiu 70% de sua capacidade.
“O
secretário não tem nenhuma base científica para fazer tal afirmação. Comprovei
pelo meu estudo que entre 8 de março a 14 de abril, não passou uma gota d’água
do Rio Marruás, nem da Bacia do Rio Portinho para a lagoa. Está mais que
comprovado que as barragens feitas em propriedades privadas impedem que a água
chegue até a lagoa. Essa sem dúvidas é uma das causas que levou a sua seca”,
afirma Galvão.
O
vereador Carlson Pessoa (PSB), que há anos lidera uma luta incansável na
tentativa de salvar o balneário, também discorda de Ziza Carvalho e considera
absurda a posição do secretário. “Várias barragens foram feitas em propriedades
particulares represando totalmente as águas da Lagoa do Portinho sem que
nenhuma providência fosse tomada. Isso é um crime e não vou me calar diante de
tamanha atrocidade”, frisa o vereador.
Assim
como Carlson Pessoa, Valdeci Galvão é categórico ao afirmar que a barragem está
trazendo prejuízos ao meio ambiente e consequentemente, além da seca da lagoa,
prejudica os nativos da região que dependem dos recursos naturais do ambiente
como meio de subsistência.
Galvão
está desenvolvendo uma pesquisa científica sobre a seca da Lagoa do Portinho e no
último dia 23 de abril ele participou da “Operação Lagoa Livre”, que apura denúncias sobre o represamento
do Rio Marruás. Após a vistoria técnica em uma das barragens, o Ministério
Público determinou que cada órgão preparasse um relatório sobre a interferência
ou não da barragem em relação a lagoa. O relatório da Semar, conforme relatado
acima, isenta a barragem de qualquer dano causado ao lago que já foi um dos
maiores cartões postais do Piauí. O balanço do governo revoltou a população
parnaibano que não aceita perder o lago que já foi uma das principais opções de
lazer da cidade.
“Não consigo entender porque a Semar está gastando
tanta energia para defender essas barragens. A barragem que visitamos deveria
ser proibida de permanecer do jeito que está, pois a mesma não permite nenhum
escoamento de água para a Lagoa. Alguma atitude deve ser tomada quanto a isso”,
disse Galvão.
Para
o vereador Carlson Pessoa, o secretário agiu de forma irresponsável mediante
tal declaração em rede de TV. “Isso é uma irresponsabilidade, é um crime e como
legítimo representante do povo parnaibano, não me calarei. Continuarei cobrando
explicações dos órgãos competentes até que eles tomem providências para
resolver esse problema”, finaliza.
Por Luzia Paula
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