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quinta-feira, 7 de maio de 2015

Pesquisador e professor da Ufpi contesta dados do governo sobre a Lagoa do Portinho



O professor e pesquisador de Turismo e Meio Ambiente da Universidade Federal do Piauí (Ufpi), Valdeci Galvão, acaba de entregar ao Ministério Público do Piauí - comarca de Parnaíba, uma pesquisa científica sobre a seca da Lagoa do Portinho.
De acordo com o levantamento feito pelo pesquisador, a lagoa possui entre 24 a 27% do seu volume de água, contrapondo os dados divulgados pelo secretário de Meio Ambiente do Estado, Ziza Carvalho, que afirmou recentemente a uma emissora de TV de Teresina que lago já atingiu 70% de sua capacidade.

“O secretário não tem nenhuma base científica para fazer tal afirmação. Comprovei pelo meu estudo que entre 8 de março a 14 de abril, não passou uma gota d’água do Rio Marruás, nem da Bacia do Rio Portinho para a lagoa. Está mais que comprovado que as barragens feitas em propriedades privadas impedem que a água chegue até a lagoa. Essa sem dúvidas é uma das causas que levou a sua seca”, afirma Galvão.
O vereador Carlson Pessoa (PSB), que há anos lidera uma luta incansável na tentativa de salvar o balneário, também discorda de Ziza Carvalho e considera absurda a posição do secretário. “Várias barragens foram feitas em propriedades particulares represando totalmente as águas da Lagoa do Portinho sem que nenhuma providência fosse tomada. Isso é um crime e não vou me calar diante de tamanha atrocidade”, frisa o vereador.
Assim como Carlson Pessoa, Valdeci Galvão é categórico ao afirmar que a barragem está trazendo prejuízos ao meio ambiente e consequentemente, além da seca da lagoa, prejudica os nativos da região que dependem dos recursos naturais do ambiente como meio de subsistência.
Galvão está desenvolvendo uma pesquisa científica sobre a seca da Lagoa do Portinho e no último dia 23 de abril ele participou da “Operação Lagoa Livre”, que apura denúncias sobre o represamento do Rio Marruás. Após a vistoria técnica em uma das barragens, o Ministério Público determinou que cada órgão preparasse um relatório sobre a interferência ou não da barragem em relação a lagoa. O relatório da Semar, conforme relatado acima, isenta a barragem de qualquer dano causado ao lago que já foi um dos maiores cartões postais do Piauí. O balanço do governo revoltou a população parnaibano que não aceita perder o lago que já foi uma das principais opções de lazer da cidade.

 “Não consigo entender porque a Semar está gastando tanta energia para defender essas barragens. A barragem que visitamos deveria ser proibida de permanecer do jeito que está, pois a mesma não permite nenhum escoamento de água para a Lagoa. Alguma atitude deve ser tomada quanto a isso”, disse Galvão.
Para o vereador Carlson Pessoa, o secretário agiu de forma irresponsável mediante tal declaração em rede de TV. “Isso é uma irresponsabilidade, é um crime e como legítimo representante do povo parnaibano, não me calarei. Continuarei cobrando explicações dos órgãos competentes até que eles tomem providências para resolver esse problema”, finaliza.

Por Luzia Paula

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