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terça-feira, 12 de maio de 2015

Roubalheira na Petrobrás quebra banca de melancia em Parnaíba.

Por:Pádua Marques(*)

A coisa ficou tão feia pra todo mundo no Brasil depois desse escândalo na Petrobrás,que ninguém nesse momento se sente seguro nem com as poucas moedas que ainda tem no bolso da calça. Ou aquelas que no aperreio ficaram guardadas no cofrinho do menino ou aquele que fica em cima da geladeira ou nas caixinhas de lá do fundo do guarda roupa. E olhe que de primeiro a gente tinha medo era de rato, bicho considerado ladrão de um tudo dentro de casa. Hoje a gente tem medo, quem diria, é do Governo.
E vindo eu e um amigo num desses sábados de uma costumeira viagem a Buriti dos Lopes, coisa de todo sábado e aqui pertinho, achamos de dar uma parada ali na BR 343, já aqui bem na altura do Distrito de Irrigação dos Tabuleiros Litorâneos. José Luiz de Carvalho viu uma banca de frutas e resolveu tomar um café. Foi coisa de uns quinze minutos e lá estávamos nós conversando com “seu”, Antonio, sujeito muito simpático e que abriu aquele negócio com a família depois de ter sido vigilante de postos de gasolina por muitos anos.
Ele mais que ninguém neste empreendimento de beira de estrada conhece pelo movimento de veículos a quantas anda a economia no Brasil, principalmente depois desse roubo monumental na Petrobrás. Do alto de sua sabedoria “seu” Antonio nos disse que a coisa já foi melhor. Estava indo de vento em  popa. Vendia bem e dava pra tirar uma coisinha. Sua barraca, muito bem montada, tem de um tudo: banana, laranja, melancia, petas, café, água mineral, cadeira pra uma relaxada, refrigerantes, cajuína e agora neste período depois das chuvas, milho verde na palha. 
Pra um homem humilde, mas com a estatura de um grande empreendedor e que naqueles minutos preciosos falou sobre política e economia, as vendas têm caído  assim feito folhas de cajueiro no meio de um redemoinho no meio dia. Quem vinha em direção da Parnaíba e pras praias de Luiz Correia, Cajueiro e Pedra do Sal, antes freguês de sua barraca, hoje passa de cabo duro e nem olha mais pra aquilo que está exposto. Quem sai de Parnaíba e região tomando o rumo de casa, se para na barraca, já não compra mais uma garrafa de água mineral, quanto menos uma melancia.
E nossa conversa foi tocando enquanto a chuva caia, agora sobre o Distrito de Irrigação dos Tabuleiros Litorâneos. Obra mais demorada aquela de ser concluída!  E tem comido é dinheiro. Tudo quanto foi presidente da República e governador do Piauí já veio fazer fita falando bonito e prometendo isso e aquilo outro. Os lotes produtivos estão dando alguma coisinha pelas mãos dos pequenos irrigantes e de uns poucos empresários ditos de fora. Isso do lado direito de quem sai de Parnaíba. Agora os lotes maiores, ditos empresariais, do lado esquerdo, continuam do mesmo jeito, tomados pelo mato. Se vai melhorar? “Seu” Antonio, puxe um tamborete e espere sentado.
(*)Pádua Marques é escritor e jornalista

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